quinta-feira, 27 de setembro de 2007

G R I T O


Q U E RO F U G I R . É fato. Quero ir a Ítaca e roubar Odisseu. Quero ir aos Campos Elísios e beijar os pés de Zeus em agradecimento pelo sêmem abençoado. O sêmem jorrado em Sêmele que nos deu Dionísio.
G R I T O porque em mim não cabe mais nada. Quero apenas expelir amor, dor , náuseas e tonturas Homéricas. Quero sentir Nix, quero beijar seu lábios.
É sufocante! Ares me domina!
A batalha está travada dentro de mim e meu mais berrante desejo é ser abençoada por Afrodite.

E. Alvarez

6 comentários:

Anônimo disse...

oi Eveline, conheci seu blog agora e achei ótimo...
seu texto eh fantástico, mitológico, existencial...
ha, caso não saiba eu sou primo de um amigo seu, o Cezar q está na europa...
bjs
bom fds!!

Zélia disse...

Olá,Eveline.

Nossa amiga me falou sobre algo que você escrevera que a fez lembrar de mim.A pesar de eu não estar (ou não estarmos,não é?) envolvida acadêmicamente ou profissionalmente com a mitologia greco-latina,não há como fugir dela.Se prestarmos um pouco mais de atenção ao nosso redor,veremos que tudo nos leva àquele mundo.Fantástico por sinal.Tomei a liberdade de vir aqui,quis fazer um comentário e saiu assim.Vou até postar no blog que divido com Letícia.Um lugar onde,simplesmente,eu escrevo o que der "na telha".Passa lá quando tiveres um tempinho.

O fio da vida

Fugir é bom. Nos traz de volta à boca o gostinho de trela de criança. Mas sonhar é melhor – escolha minha. É viagem de liberdade, fuga de quem cresceu. Tenho muitos sonhos.Todos de mil noites de verão. Corro de um lado para outro, mergulho em águas quentes e frias, entôo o canto de Euterpe, uso versos de Calíope, fecho a boca e travo a mão para Polímnia, não canso de cegar meus olhos ao fitar Apolo...Só não consegui fugir de Eros. Quem conseguiria? O Destino é tão certo como o augúrio do arco-íris pela chuva. O “Peter Pan” de Afrodite, nascido do Caos, não parece com a mãe.Ela é apenas amor e já tem seu protegido.Não brinca com mortais. Eros, junta mas bagunça antes. É ardiloso.No entanto,tem a igenuidade de criança.E,cego, não sabe que o sentimento que desperta é maior que ele próprio. Nesse mundo, ou em outro, sou Ariadne ligada por um fio ao meu Teseu.

Zélia

Saudações! ;)

Zélia disse...

Sorry!Faltou um "n" onde se lê igenuidade - linha 12 :(

Letícia disse...

Zélia Palmeira lendo seus escritos? Não é para todos, viu? Ela realmente sabe o que diz.
:)

Eveline disse...

Zélia, obrigada pelo comentário e adorei também o seu texto. A mitologia é fascinante e tivemos a oportunidade de conhecê-la mais de perto durante dois anos de estudo.
"O “Peter Pan” de Afrodite, nascido do Caos, não parece com a mãe." Lindo...
:)

Adriana disse...

Como te dizer?!
Rio-me se passas...

Tomo-te
com os olhos (d’água)
e viras fonte.

Tomo-te
com os braços
e viras lago.

Tomo-te
a te soltar por dentro
e fico inerte.

Faço-me agora a mesma pergunta que Jung: que mito estou vivendo?
E tu que gritas e pede benção da deusa...estarias a um passo estreito de um labirinto?
Deleitosa essa (re)invenção de gritos, fugas e encontros com as palavras. Parabéns!